Com projetos populares como Bored Ape Yacht Club e CryptoPunks, não é de se estranhar que NFTs sejam primariamente associados à rede Ethereum. Apesar de muito utilizada, entretanto, esta não é a única e tampouco a melhor solução para projetos que envolvem criptomoedas, especialmente devido a escalabilidade limitada e altas taxas envolvidas em suas transações.
Tendo isto em mente e buscando resolver estes problemas, os desenvolvedores Jaynti Kanani, Sandeep Nailwal, Anurag Arjun e Mihailo Bjelic se juntaram para criar a MATIC Network, uma segunda camada construída paralelamente à blockchain Ethereum, que mais tarde viria a ser chamada de Polygon.
Cada vez mais conhecida, e especialmente apreciada por ser um sistema com um dos menores impactos ambientais desse ecossistema, é da rede Polygon que vamos falar hoje.
Mas, antes de conhecermos um pouco mais sobre a Polygon e seu token MATIC, vamos primeiro entender o que é uma solução de segunda camada, ou layer-2, em inglês.
Limitações da layer-1
Blockchains de primeira camada, como Ethereum e Bitcoin, possuem limitações na velocidade de transação, levando a congestionamentos de dados e altas taxas. Afinal, a criptografia exige um alto poder computacional e a própria segurança que torna a tecnologia tão atraente acaba se tornando um empecilho no seu desempenho em alguns aspectos.
Esse congestionamento de dados, por sua vez, gera o que é conhecido como gas war: uma espécie de competição que prioriza algumas transações. Daí vem as altas taxas, sai na frente quem paga mais. Usuários que têm urgência na aprovação pagam valores elevados para que suas transações sejam priorizadas e isso faz com que as taxas flutuem para todos a cada minuto.
Gas wars grandes atingem números recordes. Durante o lançamento de terras do metaverso Otherside, dos mesmo criadores do Bored Ape Yacht Club, por exemplo, alcançaram gastos estimados em 64 mil ETH somente em taxas, com usuários pagando entre USD $450 e USD $14.000 além do valor de USD $350 de cada NFT em questão.
E, apesar de esse mercado movimentar a economia de diversas maneiras, é evidente a necessidade de uma alternativa que possa suprir o “trilema” da blockchain: uma maneira de se alcançar escalabilidade sem sacrificar segurança e descentralização.
Layer-2
Entre as diversas soluções possíveis para aprimorar a escalabilidade através de layers-2, vamos aqui focar no uso de sidechains, blockchains que funcionam simultânea e paralelamente à uma blockchain principal.
Sendo uma sidechain, a Polygon absorve grandes volumes de transações através de um protocolo próprio. Estes, por sua vez, enviam um pacote com essas informações validadas para serem registradas na blockchain principal. Ou seja, a Polygon só pode existir e funcionar enquanto a rede Ethereum estiver ativa. Além de ser uma blockchain especial, ela é uma solução para um problema específico.
Escalabilidade e velocidade das transações, vale agora ressaltar, andam de mãos dadas. Para melhor visualizar a diferença de velocidade quando comparamos duas blockchains, devemos olhar a TPS – as transações por segundo – de cada uma delas.
As imagens abaixo foram retiradas, respectivamente, dos sites Etherscan e Polygonscan na manhã do dia 25 de Abril de 2022. Nelas podemos comparar as transações por segundo, entre parênteses após o número total de transações, e o valor médio da taxa gas com preço em dólares também entre parênteses.
Vemos que a TPS da rede Polygon, 43,2 transações por minuto, é mais que o triplo comparado aos 12.9 TPS da rede Ethereum, além de contar com uma taxa ínfima de menos de $ 0.01 centavos de dólar.
Ademais, a rede Ethereum é capaz de verificar, no máximo, cerca de 16 transações por segundo, conforme mostrado pelo gráfico histórico disponível em ETHTPS.info. Já a rede Polygon possui um limite teórico de 7200 transações por segundo. Na prática, ela é capaz de atingir algo próximo a 1000 TPS.
O usuário não mais precisa esperar ou pagar a mais para ter sua transação registrada em um bloco Ethereum. O protocolo Polygon valida os dados recebidos, garantindo a veracidade das informações, e os envia como pacotes para serem registrados como um item único na blockchain principal.
Polygon Network
Fundada em Outubro de 2017, a Polygon começou sua história com o nome MATIC Network. O objetivo, alcançado, era o de suprir a baixa velocidade de transação e altas taxas existentes na rede Ethereum.
Auto-declarada internet das blockchains, a Polygon funciona de forma similar a uma ponte que leva à rede Ethereum. Ela é compatível com todas as infraestruturas existentes da blockchain principal e permite que desenvolvedores implantem suas soluções de forma interoperável com o ecossistema ETH, sejam elas DApps, novas blockchains e outros.
Por essa razão, para artistas e colecionadores de NFT, isso quer dizer a possibilidade de cunhar e transacionar seus ativos por taxas ínfimas – além de poder utilizar o mesmo ecossistema de coleções da rede Ethereum, como OpenSea e MetaMask.
MATIC
Assim como outras blockchains, a Polygon possui um token nativo com o qual são feitas as transações dentro do seu ecossistema: o MATIC.
Ele serve primeiramente como um token de utilidade, aqueles que pagam pelas transações feitas usando seu protocolo. O MATIC também é usado como token de governança para que seus proprietários possam votar por mudanças dentro do ecossistema, e como staking, para que o usuário-investidor possa se tornar um validador.
Sustentabilidade
Por rodar seu próprio protocolo de validação, a rede Polygon oferece uma vantagem que vai além de taxas menores e transações mais rápidas: baixo impacto ambiental.
As validações feitas na rede Ethereum funcionam através de proof-of-work, um sistema que exige um alto consumo energético, pois demanda que todos os participantes da rede busquem a validação de forma simultânea mesmo que apenas o computador mais rápido tenha seu bloco registrado.
A Polygon, por outro lado, faz uso do sistema proof-of-stake onde a validação é feita individualmente por participantes da rede. Isso elimina a necessidade de diversos computadores competirem pela resolução do mesmo problema e diminui expressivamente sua demanda e gasto energético.
Ao tornar as inovações cripto acessíveis a um público cada vez maior, de maneira sustentável e rápida, a rede Polygon vem revolucionando o ecossistema das blockchains.
Por estas razões, tendo em mente todas essas vantagens e nosso compromisso com a sustentabilidade, a Tropix passou a adotar a Polygon como opção principal de mintagem para todos os nossos artistas. Você pode encontrar diversas obras disponíveis para compra com MATIC, além de poder também usar sua MetaMask, dentro do nosso marketplace.
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