O dia 8 de Março marca o Dia Internacional da Mulher, comemorado em todo o globo como um símbolo de luta e resistência pelos direitos civis que garantem a todas elas uma existência segura e justa. Em uma data tão representativa para todos os setores da sociedade, temos a oportunidade de exaltar a vasta produção de mulheres no meio da criptoarte. Em um ambiente comumente dominado por homens, é cada vez mais importante mudarmos o foco para a enorme diversidade de artes e artistas nesta comunidade.
Como uma homenagem a todas as incríveis artistas que povoam o espaço dos NTFs, a Tropix traz um drop especial em comemoração ao dia 8 de Março. Nele, as convidadas trazem em sua produção temas e linguagens distintas, exemplificando a força e a diversidade de suas vozes no mercado da arte nacional.
Conheça as artistas que participarão do drop que estará disponível na Tropix de 8 a 31 de Março:
Caroline Valansi



Valansi além de artista visual, é professora e trabalha com saúde mental. Sua produção destaca seu interesse por histórias íntimas e traços coletivos, trazido pela sua pesquisa em salas de cinemas, velhos filmes pornográficos, imagens encontradas da internet e suas próprias fotografias, colagens e desenhos.
As Cenas Rosa, Azul e Laranja fazem parte da série MetaSexo, onde a artista intervém em imagens retiradas de sites pornô e as transforma a fim de ressignificar o olhar do público, que se atém pelas novas core e formas e não apenas pelos corpos neles existentes.
Juliana Notari



Juliana Notari, artista multidisciplinar, transita por diversas linguagens, de instalações a performances e de fotografias a desenhos. Sua produção, de caráter muitas vezes confessional e biográfico, traz ênfase a traumas, desejos, fantasias e medos ressignificando-os com subjetividade em suas obras.
Em sua série Diva, a artista apresenta a escultura em forma de ferida-vulva como uma intervenção digital em fotografias de uma colina na Usina de Arte na Zona da Mata Sul do Nordeste, área marcada por pelo colonialismo e patriarcado que definiram a formação do Brasil.
Pêdra Costa

A artista brasileira-alemã traz uma conexão entre a intimidade e coletividade em sua produção, levando as conversas ao redor de suas performances a epistemologia de comunidades queer dentro do legado colonial, ao mesmo tempo em que aplica diversos conhecimentos de ancestralidades subversivas.
Em sua obra Breath, a artista traz dois momentos distintos: um passeio em um dia ensolarado na Áustria, onde capturou sua sombra refletida na grama, e o início da invasão na Ucrânia, com toda a tensão midiática gerada pelo medo de uma possível guerra. Breath é uma breve reflexão entre o medo e a esperança.
ZANGADAS aka Thereza Nardelli

Thereza Nardelli, também conhecida pelo nome de seu projeto ZANGADAS, transita entre a áreas de ciências sociais e artes visuais e traz em sua pesquisa questões que abrangem tanto a arte quanto a tecnologia, cultura digital e gênero em contextos midiáticos contemporâneos.
Suas obras frequentemente trazem reflexões políticas e sociais de forma bem humorada e aliada a ilustrações com traços minimalistas e característicos de sua produção. A frase “ninguém solta a mão de ninguém”, dita por sua mãe, tornou-se um símbolo de resistência durante as eleições de 2018.
Monica Piloni

O trabalho de Monica Piloni (Curitiba, Brasil, 1978) parece evocar as forças que atuam sobre os corpos, por um entrelaçamento entre aparência e essência, fato e ficção. A beleza dos corpos femininos na obra da artista é notável, embora eles pareçam ter sofrido algum tipo de mutação, ou efeitos de uma tensão, deixando à mostra um estado de desequilíbrio de formas bem modeladas, mas abertas a algum tipo de desvio. (Fragmento do texto de Mario Ramiro “Ciclo Insondável)
A obra “Fonte” de Monica Piloni é uma animação. A bailarina invertida usando um traje branco é tingido abruptamente com vermelho que começa entre as pernas. Representando um ciclo iniciado antes do esperado, escorre pelo seu tórax e rosto enquanto ela está supostamente em cena. Em público, a menstruação é tão bem vinda quanto um tabu. Mulheres que não se encontram grávidas ou na menopausa, fogem do branco todos os meses durante seus ciclos menstruais e nos dias que antecedem. Como num processo industrial e mecânico, o loop reinicia e a história se repete diante dos olhos, abatida pelos séculos de associações que predomina no imaginário da humanidade no ocidente, quando a masculinidade estava associada ao efeito purificador da feminilidade ao poluente.